quarta-feira, 3 de abril de 2013

Pesado e vazio e só


Tão vazio estar só
Tão vazio que é só
Tão pouco sou tanto
Tão curto ser só
Tão breve seu encanto
Tão longa a saudade.

Tanta gente quer pouco...
Um pouco de amor
Um pouco de atenção
Um pouco de muito abraço
Um pouco de vontade...
Ter a liberdade
De

Sorrir depois
Do sabor doce
De um beijo,
O sorrir
Beijante
Do doce
De beijar
Sorrindo...

Tanta gente que não sabe dar nenhum pouco...
Quanta gente é tão só
Quando a gente é tão pouco
E torto.

Tão raso, e leve
Que de tão livre
Nada leva...

Outro leviano,
Sem conhecer o amor
Faz da leveza
Uma pena levada pelo mar
E que pena do mar..
Que com leveza
Permitiu-se dela enamorar...

Acaba que a gente é só
Feito um ponto só
Perdido na imensidão
De si mesmo
E só

E de pouco,
Pouco se sabe de ser pouco
Tanta gente é tanto
Que simples esquece
Pouco já é tanto...
E de tanto se faz nada

Tanto nada que enche minha garganta
Faz-me berrar um grande vazio
Gritar um silêncio!

Repleta
Preenchida
Transbordando vazio
Torno-me tão pouco
Que o só
Apenas completa minha canção
De nota nenhuma
De coro solitário
Com doce repetição...

Um vazio presente em tudo
Tão só
Que de tanto conhecer a solidão
A multidão se torna só
De pouco
E de vazio
Torna-se tanto só

Hoje quero um pouco de solidão
Só uma dose de si mesmo
Um brinde a sua solidão
A me fazer companhia
Nessa noite cheia de tão pouco...






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