quinta-feira, 28 de março de 2013

Uma noite comum

Uma noite comum
Um cigarro a queimar, 
Quem sabe um beijo 
Um amasso talvez,
Ou nem isso poderia rolar...

Na fila do bar,
Eis que me surgi um olhar, 
Eu nem sei te dizer como vou explicar...

Apenas digo a você, 
Que a vida pode te surpreender,
Olhe pra mim, estou novamente a poetizar!

Na escada havia um cenário,
De um romance a se iniciar...
Se a vida não vale,
Agora preciso te questionar,
Porque no tal do amor, 

Novamente estou a acreditar...

terça-feira, 26 de março de 2013

Um velho clichê


Um dia aprendi que se contar de 10 em 10
Conto mais rápido.
Aprendi que muito vento na cara, 
Da sede, seca a boca.
Aprendi na infância que guardar coisas ajuda, 
E aprendi um tempo depois,
Que o que tem que ficar na memória
Na memória fica.

Aprendi a pinta vários tons, com uma cor só.
Esqueci todos os nós de escoteiro que aprendi.
Esqueci algumas canções de criança,
Já brinquei de salada mista,
Lembro do meu primeiro beijo,
Esqueci alguns outros...

Já jurei amizade eterna,
Recordo-me um poeta que diz: 
''O pra sempre, sempre acaba.''
E chorei pensando nisso.
Aprendi que se queres saber algo, 
Comece por falar de você...

Aprendi que rir muito dói às bochechas, 
E que algumas dores valem à pena...
Descobri que novos filmes são ótimos,
E que velhos filmes nunca me decepcionam.

Aprendo todo dia
Que nenhum abraço é igual...

Que teus trejeitos, te acompanharam por muito tempo,
Os meus também...

Descobri que é mais fácil e divertido imaginar, 
Difícil é fazer...

Aprendi que eu te amo gasta e cansa,
Quando repetido meio que ao vento.

Que cantar libera emoções e conforta o coração.
Um dia percebi que se assoprar esquenta,
Às vezes, esfria...
Isso depende do que você quer...
Se for esquentar, esfria,
Se for esfriar, esquece...

Aprendi certa vez, que silêncio diz tanto...
Basta sentir.

Aprendi com uma amiga
Que uma coisa passa a ser verdade quando escrita...
Descobri que isso não se aplica a tudo!

Aprendi que bonito é o amor,
Que carinho também é confiança...

Descobri que posso me esconder em um poema,
E me declarar em uma canção...

Descobri que pra você, 
Eu não quero dizer...
Vou escrever um poema,
Que possa me esconder...
Se no poema vires minha canção,
Vai saber que gosto de você...
E assim, vai aprender
Que por mais que eu tenha aprendido,
Nada vai impedir, 
Que um novo conto seja escrito...

Comece com: 
Era uma vez...
Mais uma vez...

segunda-feira, 25 de março de 2013

Borboleteando

Quando estou encantada
Naquele espaço,
Passo lento antes do amor,
É assim que me sinto
Borboleteando...

Ando pelas ruas com ar de beija-flor
Sinto-me saltitante
Como quem anda em cama elástica
Me divirto contemplando o balançar das cores

Borboletear,
Dançar feito folha no ar...
Cantarolar qualquer canção
Como quem faz uma serenata de amor
a sua amada flor,

As borboletas não sabem a sorte que tem
Podem borboletear por aí
Sem que possam notar
Se estão ou não naquele ponto de quase amar

Quem nos dera ter a graça de borboletear
Sem que a tempestade úmida e pesada
Sem que nenhum questionamento
Pudesse nos parar

Borboleteando com os rumos que quisermos tomar
Apenas pelo belo prazer de sentir o vento a nos tocar
sabendo que estamos naquele ponto
Aquele de quase amar

A vida faz perguntas que não sei como responder...
Que sorte possuem as borboletas
A nada precisam indagar
Fazem suas danças
Com a grandeza de ser simples

Espero eu, um dia ser simples
E simples
Não me cansar de borboletear...




Moço bonito

Ele passa novamente, 
Mais uma vez ele passa... 
E vai!
Não parou, 
Nem me viu, 
Não me pegou pelos braços e me beijou loucamente, 
Nem pediu meu número, endereço, 
Ou em casamento... 
Mais uma vez ele passa... E vai!
Novamente, com todo seu charme e mistério, 
Me olha como se soubesse toda a alegria que me trás apenas em vê-lo...
Não nos falamos, 
Nunca nos tocamos, 
Ele passa, eu observo... 
É como se mil foguetes, estourassem no meu estomago... 
Não seguro meu sorriso, meus olhos declaram, apenas quero chegar mais perto, 
E quando consigo me aproximar... 
Ahh, o caos se inicia, acho que esqueço até meu nome!
Tento disfarçar, mas meus olhos se voltam a ele, 

Nada mais sei...
Lembro seu nome, seu charme, sua voz, nada mais conheço além do que observo.
Pode até ser em vão...

Só de vê-lo passando me renovo em sorrisos e pulos.
Quem sabe nunca passe disso... 

Eu ainda espero conhecer seus beijos, 
Ou quem sabe não... 
Quem sabe um amor platônico... 
Quem sabe possa ser um romance sincero... 
Sonhar ainda é permitido, eu me permito sonhar! 
Hoje vou dormi feliz, 
Ele me sorriu enquanto passava 
E ia...

Verso mundo

Verso mudo
Muda
Mundo
Mudo,

Mudo o verso
Semente plantada, 
Regada
Semente enterrada muda!

Mudo
Mundo
Muda...

Pula o muro, 
Derruba cerca,
Quebra a regra, 

Muda o verso! 

Verso mudo que não muda,
No mundo nada muda!


Semente muda...
Vira fruta, 

Caí o fruto, 
Vira muda...

Semente tua vira muda?
Mundo teu vira semente?
Quando mudo, 

Muda o mundo?
Quando mundo, 

Vira muda?

Verso mudo
Muda o verso
Mundo (in) verso
Invento mundo...
Inverte a muda!


Faz teu mundo uma semente... 

Rega, 
Cuida... 
Colhe a fruta, faz teu fruto, 
Fruto da muda!

Mudo, muda teu mundo
Mundo imundo
Faz jardim...


De muda em muda
Faz semente...

Tua muda, tua semente;
Um verso novo
O mundo é velho
Mundo mudo(?)


Verso mudo, muda o mundo
Semente vira verso... 

Rega, cuida... 
Que o verso vira muda...

domingo, 24 de março de 2013

Noite nua

Me desculpe a falta de poesia
Venho lhe dizer
Hoje a noite é minha
Não vou pensar em nada
Quero vestir minha fantasia
Cortejar o desapego
Sei que ele entenderá
Todo o meu empenho

Se pah, terei sorte
Ele realizará
Todo meu desejo...

sexta-feira, 22 de março de 2013

Pintura torta

Quero fazer um desenho seu
Do seu cheiro vou desenhar meu ninho, 
pintarei as cores que se formam quando te vejo chegar, 
Quando te encontro a sorrir
Quando quero sonhar.
Nessa pintura não quero traços firmes
O amor, não é firme, não é certo,
O amor, é nada mais do que a graça de se jogar
E ao vento se deixar ventar
vento leva a folha aonde quer...
Com flor de cerejeira
Com ar de bem-te-vi
Quero desenhar o seu sorriso aqui

Desenharei teus olhos,
feito um oceano,
feito mar manso,
de ondas calmas
de bater leve
e molhar gostoso,
o mar onde pretendo me
A
M
a
n
sar ...

Desenharei teu sorriso largo
Feito criança ganhando doce
doce de amora
doce de feira
com gosto de travessura
Aquele jeito de aventura

E que doce são teus beijos
Como doce de amora


Serei delicada e fiel ao representar suas mãos,
Tão únicas, tão suas que se perdem nas minhas,
Seus ombros,
Farei com que pareçam como as montanhas
Que vistas de longe são serenas, agradáveis e seguras
De perto ainda mais serenas, e simples
Porém de perto, misteriosas, como se o mundo não merecesse sua beleza...
A pintura será assim,
Bonita, simples, e quem sabe não seja fiel,

Mostrando assim, que não quero entregar-te ao todo
Não venho aqui declarar nenhum amor
Da pintura, eu entenderei as cores
Você, reconhecerá os traços.

Enchendo com cores, 
Eu faço um outro mundo
Até esqueço a dor.

Os outros
Quem sabe, nada entenderam
Cada romance conhece seus detalhes, teus segredos
Mantém seus mistérios...

Meu maior segredo
És tu, a minha beleza incerta do amor,
feito uma pintura,
de linhas tortas...

quinta-feira, 21 de março de 2013

Morangos mordidos

Morangos vermelhos
Vermelhos lábios doces
Carnudos vermelhos
Sem medo mordisco teus lábios
Desejo sabores,
Mordo a pele
Desejo vermelho
Ardente
Vermelho paixão
Mordidas que nada inibem
Minhas vontades de tocar
De sentir
Te engolir
Feito um portal

Teu beijo vermelho
Mordido
Doce
Carnudo
Me traz o desejo de amar
Mais uma vez esse corpo todo vermelho
Molhado
Mordido
Mordo teu lábio
Sinto teu corpo
Perco o controle
Me derreto em teus lábios mordidos vermelhos
Esqueço os morangos…

Lacunas minhas

Com tantas lacunas abertas, 
já vejo tudo preenchido por um clarão de sombras indecisas, 
inconstantes, 
alheias, 
transformando tudo em luzes, 
imagens, 
desenhos
e cenas indecifráveis...
Atordoada não consigo entender quando a boca se cala 
Apenas meus pensamentos voam...
Ora, por que essa capacidade não se aplica as palavras faladas?
Meu pensamento se mantém ativo, porém, minha boca é só silêncio e lamento...
Pra onde ir enquanto a chuva cai?
Onde me esconder enquanto o sol se põe?
Pra onde vão meus pensamentos vão enquanto a coragem não vem?
Onde minha coragem se guarda enquanto faço da chuva as minhas lágrimas secretas?

Luando


Hipoteticamente,
A lua me sorri
Quando ninguém esta olhando,
Ela, timidamente, me sorri
Dramática finjo que nada vi,
Pra que ela possa
Sutilmente se repetir…
Sem muito jogar charme,
Me dou a ela
Ela se entrega a mim
Com o sorriso grandioso
Me torna pequena,
Uma pequena enamorada

Aquela que não mede seu encanto
Entregue ao que não cabe aqui…
Afinal, que capacidade tenho eu de medir o amor?
Hipoteticamente vejo a vida assim…
Hipoteticamente, até posso estar errada,
E quem vai me definir?

quarta-feira, 20 de março de 2013

Madrugada

Cigarros e álcool é o que faz a madrugada, 
poesias e amor... 
Carta rasgada!
Se a vida não for isso,
Eu tô na estrada errada!

De repente...

Se todo mundo é diferente,
E tudo muda de repente,
De repente tudo muda,
E se muda de repente... 
De repente pode mudar...
E se mudar de repente é nosso jeito de mudar,
Com essa mudança vamos nos adaptar...
Mas se mudar, vira rotina
Teremos de mudar...

Uma sobre amor

Não tinha sinalização, 
Não tinha seta
Não tinha quebra-mola, 
Não tinha ninguém na direção.

Roubou a confiança
Levou a vontade de acreditar
Roubou minha esperança
Até mesmo o dom de se jogar...

Deixou o pesar
O apesar
Comigo ficou somente
O entretanto,
A memória te prega peças
E comigo ficou tanto...

Sonhei que estava bem alto
Nas nuvens eu podia tocar
Eu estava no céu
Nada poderia me derrubar

Acontece que nada aconteceu...
Acordei com medo de altura
Do meu lado
Um bilhete de adeus...

A vida... Ah, essa safada...

Oi!
-Oi! e aí, me fala da vida!
- A vida… A vida é uma sequencia de acontecimentos, ela segue bem rápido. 
O tempo corre de mais na verdade, e tudo demora muito.
 A vida é cada minuto; é a existência de um sonho; a existência de um plano; a vida é quando queremos chegar a um lugar e com esse objetivo seguimos vivendo cada etapa, cada momento de ar nos pulmões. 
É, você precisa saber que não é fácil viu…
A maldita te testa várias vezes, te põe obstáculos a cada momento. 
Às vezes fica bem difícil, se pensa em desistir; é cansativo sabe… Cair muitas vezes… 
De repente você pode até pensar em desistir, mas eu preciso te dizer não há essa opção, pois a vida não te dá opção; é seguir ou seguir… 
Por mais cansado que você esteja, ainda existe ar em seus pulmões e o coração precisa resistir às dores que o ferem! 
Daí, de repente você esta conseguindo seguir, talvez não tão confiante, o sorriso você guarda no bolso, 
os sonhos seguem pendurados, meio que pedindo pra continuar, você segue e depois de muitos ‘quase fracassos’, atinge seu ideal, realiza seu sonho! 
E isso é lindo, é perfeito, é sublime! É como um dia de verão, ouvindo a sua canção preferida ao lado do seu amor, enquanto os pássaros dançam no céu. É esplêndido! 
Você pensa como aquilo tudo é bonito, simples e completo, até os telejornais parecem mais aturáveis agora.
Você quer sorrir a todo momento, e fazer os outros felizes já é algo cotidiano! Afinal, vencemos mais uma! 
Agora estamos bem! 
Aí a vida, essa safada, vem te sacudir pelo braço e dizer: – Ahh você estava feliz é? Achou que ia ser fácil assim? Hahaha. Ela ri na sua cara e te diz também, que agora quer te ver cair. 
Te força a mudar a rota, o caminho agora vai ser com um outro sonho, outro objetivo. 
Ela ainda vai te testar muito! 
A vida é aquela dama charmosa de batom vermelho: ela leva o beijo, mas deixa sua marca de batom… 
Ahh essa safada, ela gosta é de brincar de faz de conta, de pique esconde, de pega-pega, e ela sempre vai te pegar, ela sempre surpreende, e acredite, 
isso é a vida!

- Na verdade eu estava mesmo era perguntando da sua vida… Trabalho, estudo, essas coisas sabe?
(e eu sem perder a pose respondi)
- Ah, a minha vida… 

A minha vida dança valsa enquanto ouço samba! 
Mas não tem problema não, eu tenho um romance com a lua e a lua adora sambar comigo!

Res Pirar

Res
Pirar

Não esqueça de respirar..
Pode nunca mais tocar aqueles lábios,
Somente outros

Pode ver outros mares, outros filmes, cantar novas canções,
Fazer outras poesias…
Mas não esqueça de respirar…

Não precisa ver nossas fotos,
Nem me preparar o café,
Esqueça as minhas manias,
Substitua meus carinhos.
Mas não deixe de respirar…

Visitando outros lugares,
Fazendo outras poesias.
Quando se dá um passo a frente, se deixa algo lá atrás,
Posso ficar pra trás.
Mas não esqueça de respirar…

Tomamos bebidas no mesmo copo,
Te fiz um chá.
Esqueça isso!
Só não deixe de respirar.

Não vou te pedir nada,
Não quero que esqueças,
Que eu soube te amar.
Lembra que o amor requer cuidado…
Não vou me demorar
Mas antes de ir embora,

Te digo:
Lembra com carinho,
Quem sabe guarda num potinho
As coisas que aprendemos.
E nunca esqueça de respirar…
Agora vou embora,
Antes só preciso perguntar:

Será que agora,
Já posso voltar?

Noites Insônias


Eu sei que poderia ser mais bela, mais charmosa, mais elegante. 
Preciso sim confessar que aqui nada mais tenho do que lombrigas a fazer barulhos…
Não sei andar de bicicleta, 
Não sei tocar nenhum instrumento, 
E na cozinha, só faço bagunça…
Verdade é que nenhum grande amor me acompanha durante as longas madrugadas em claro…
Nenhuma grande amizade conhece minha forma íntima de viver
minha insônia. 
Nenhum padrão define as milhares de vezes que expulso e puxo o cobertor…

Verdade é que não congelo meu mundo enquanto o seu se faz distante…
Somos tantos pedaços, que muitos deles nunca serão conhecidos por outros mundos… 

Meus espinhos eu escondo o quanto posso, 
Meus pedaços eu espalho como quero;
Outros eu escondo no seu mundo.
E quantos pedaços 

você esconde do mundo?
Sem cobertor, 

meu sonho é mais leve…
Sem olhar pro relógio, vou muito mais longe; 

Eu não controlo os ponteiros e nem deixo que me controlem…

Poema de agradecimento

Minha poesia outrora minha
Agora não mais
Por hora se faz dente de leão,

Com o bater do vento,
Faz desenhos ao ar…
Minha poesia,
Agora é folha solta da árvore,
Folha que dança ao vento,
Feito dente de leão,
Que baila com a brisa,
Dá aquela invejinha de ser
Tão livre
Tão bela,
Tão só,
Tão folha
Tão dança
Tão livre, leve e folha…
Não sou poeta
Nem poetiza
Talvez nem poesia…
O que sou, nem sei
E se queres mesmo saber
Nem curiosa estou!
Se me falta música,
Faço barulho,
Danço,
Tiro os tons da memoria,
No embalo da lembrança…
Se me falta sol,
Sinto a água,
Deixo a chuva molhar,
Deixo gelar,
Deixo ser chuva.

Olho pro alto,
Vejo a imensidão de tudo que não se pode controlar…
Quando me falta o amor,
Quando ele se tarda,
Se ausenta,
Me deixa só,
Me deixa longe,
Quando o amor se tarda,
Da ausência eu tiro a poesia
Das lembranças invento os filmes que não vejo…
Do que penso ser triste,
Faço as cores e deixo
As linhas se desenharem,
Quando vejo, virou poesia.

Sem rumo, Sem remo

Te sinto de perto
Te espero de longe
Me guardo em cuidados
Te vejo em retratos
Me ouço no silencio
Busco um afugento
Invento motivos
Me faço em outro sorriso
Refaço alguns caminhos
Retomo aquelas manias
Me guardo em cuidados…
(Aqueles que o amor deixou morrer)
Cuido dos ferimentos,
Do sangramento,
Deixo as lágrimas saírem…

Lágrimas sem destino,
Sem rumo,
Como sou também;
Sem remo,
Sem farol,
Perdidas com o vento;

Perdido seja o sofrimento do amor
O amor sofrido,
Cansado,
Sem forças…
Velejar sozinho é cansativo;
Apenas desejo que tudo se perca
Junto as lágrimas incessantes
Que se perdem com o tempo,
Espero com o tempo perder
O amor que deixou em mim;
Espero que agora você,
Como as lágrimas,
Saia de mim e não volte mais…

Beija-flor na minha janela

Saudade é vazio,
De mim, a saudade riu,
Saudade meio sem fio.
Saudade é sentir frio...
Saudade é rio virando mar...
Quem conhece a saudade 
e ao que se comparar?

Saudade vem cheia de vazio
Um vazio que me enche!

Saudade não seca ao sol,
Saudade se vê no escuro.

A saudade grita mais que a tempestade,
E nunca escorre com ela...

Chuva que molha a roupa, o sapato, borra a maquiagem;
Saudade tira toda maquiagem...

Você esquece a letra da música, a receita e o bolo,
Esquece o nome do perfume,
E até se faz de tolo...
A maldita saudade ainda esta ali,
É uma viagem, sem sair daqui...

Da fotografia se perde a cor,
Na minha janela vinha um beija-flor...
A felicidade que bate asas,
Felicidade que bateu asas e voou..

A saudade é uma safada
Molha o rosto, cansa a alma...
Na fotografia sem cor,
Vejo a saudade acumulada.

Se beija-flor soubesse da saudade
Visitaria minha janela
depois da tempestade...

Isso não é sobre amor



Não preciso do teu bom dia,
Nem te prometer que vou me cuidar.
De veras, 
Em meu pensamento,
Agora desejo nunca mais te enxergar,
Não mais em minha rua,
Tão pouco em outro lugar.

Te tenho apresso,
Te tenho cuidado,
Te tenho carinho...

Mas agora confesso, desejo mesmo te matar!
São apenas falácias,
Contudo admito, vou muito sorrir,
Se você por uma dor de barriga gritar...

Você não questiona,
Nem argumenta,
Não entende o que tento expressar, 
Me puxa pela mão, acredita que tudo esta bem...
Que a raiva passou
O rancor se escondeu
Pensa que tudo num passe de mágica se resolveu...

Te digo somente, que sossego em minha mente
Aqueles palavrões dos quais quero te xingar...
Agora é só uma trégua, 
A guerra entre nós,
Tende a continuar... 


(uma brincadeirinha só)

Quando a solidão me engole

Quando a solidão me engole
De nada mais tenho medo.
Me faço silêncio,
Me faço escuro,
Me faço relento.
Preencho de alegria
Que o álcool alimenta
Meus sonhos criam
As cores que desejo.

Quando o silêncio me engole,
Os velhos pensamentos
Retomam a mim,
De nada mais tenho medo…


Sou parte do silêncio,
O silêncio parte de mim.

Medos

Muito
Estranho
Dormir
Ontem
Sozinha

Medo de silêncio,
De escuro, de vazio…
Medo de abraço,
Do que me conforta e do que me afronta…
Do abraço negado e dos que ofereço…
Medo de não ver aquela estrela,
De imaginar um arco-íris;
Medo de esperar demais…
Medo de querer muito,
Medo de falar tudo…
De amar como Vinícius,
De chorar com a chuva…
Medo de cantar algumas músicas,
E de entender aquelas letras…
De ser uma historia,
Deixar de ser livro…
Aquele que se guarda na cabeceira
Com medo de perder na estante…
Medo de esquecer o livro na minha estante…
Medo de não ser a tal,
De esquecer o mal…
De me tornar banal.
E sem saber aonde guardar o medo,
Me faço poesia
Faço tudo melodia.
Te faço em versos;
Viro um verso,
Viro conto,
Ou quem sabe uma canção…
Que nos faça lembrar como amava Vinícius…